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Aproveita hoje, é mais tarde do que pensas!
Um homem também é aquilo que lê. Sem duvida. Ricardo Salgado já tinha assumido perante a comissão de inquérito as suas leituras: "Sou católico praticante e, sempre que posso, leio as meditações de Santo Agostinho".
Também eu fui de encontro ao pensamento do filósofo. Esbarrei logo com este: Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem.
Diverte-nos Ricardo Salgado na sua endeusada pose, elogia constantemente Carlos Abreu Amorim, mas desresponsabiliza-se de tudo até das suas próprias contradições. Para que Santo Agostinho perceba aqui fica uma breve transcrição:
(11h24 - Carlos Abreu Amorim diz a Ricardo Salgado: - era o primeiro responsável de tudo, mas foi o último a saber de tudo.)
(11h26 - Responde Ricardo Salgado: - O Sr é um ilustre jurista, mas acho que essa síntese está errada.)
Fica a moral da história. Não sei se para Carlos A. Amorim, se para Salgado ou para Santo Agostinho. Antes salvo pela crítica do que arruinado pelo elogio.
Contava na SIC o sempre bem informado Ricardo Costa que quando a policia chegou para fazer buscas ao novo escritorio de Ricardo Salgado no Hotel Palácio no Estoril se deparou com uma série de caixas com documentos que tinham a seguinte identificação: "Papeis para destruir"
Provavelmente a máquina que agora reciclava os papeis seria a mesma que reciclou o dinheiro dos investidores e toda a parte não financeira do grupo.